As rochas da nossa aldeia são monumentos: uns dirão que são toscos,
amontoados; outros que são descomunais, iguais a tantos outros. Eu afirmo que
são monumentos esculpidos pela Natureza, cada um diferente do outro,
inigualáveis em qualquer parte do mundo.
As rochas da nossa aldeia são testemunhos: das gerações passadas, nossos
familiares, que as presenciaram e nomearam; um marco do início da Terra, pois
estão em Valdujo há milhares de anos, desde que foram esculpidas pelos
fenómenos da formação terrestre. Eu afirmo que elas servem de marco geodésico,
identificam locais, influenciam topónimos.
As rochas da nossa aldeia permanecem: ninguém as pode levar, ninguém as
poderá roubar.
Por isso, para registo, irei deixando por aqui a imagem desses cíclopes
monumentais, inertes mas fortes, superiores à vontade das políticas e dos
políticos, no rol da herança que nos transmitiram os avoengos e que havemos de
transmitir aos nossos descendentes, se uma ou outra não vier a transformar-se,
por qualquer razão humana, numa pedreira esventrada ou na abertura rasgada de
mais uma estrada de tantas faixas à cata de portagens.
De cima para baixo: Vale; Ladeiras, Laje do Concelho; Frade.
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