segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

2012 - Valdujo Sempre Presente




Mais um ano se aproxima e Valdujo vai recebê-lo como sempre foram recebidos, pelos habitantes, os anos novos, ora extintos e já passados: com bonomia; com esperança; com a fé e a crença em dias melhores.
Ao contrário dos costumes bizarros das cidades e vilas, não se batem tachos e panelas, não se lançam pela janelas fora tarecos velhos, nem se colocam notas de banco nos sapatos para trazer dinheiro aos cofres de cada um. Quando muito, adaptando-se os mais novos e alguns menos novos aos novos tempos, com ensejo de abrir a sua garrafa de champanhe e deglutir apressadamente as doze passas de uvas.
Por isso, nesta pacatez dos simples, a transição faz-se de um dia de descanso para outros de trabalho, que muito há para fazer para quem queira trabalhar. Está no convívio a mais valia da passagem e no desejo de mais saúde, que é o bem mais precioso e aquele que merece maior pedido.
Para justificar a imagem do candeeiro de uma casa na Quinta da Igreja, este tem a ver com a passagem do testemunho da iluminação: o velho candeeiro a petróleo encontra-se ligado a uma corrente eléctrica, visível na foto.
Sem mais justificações, as outras duas imagens falam por si: sem politiquices, as ruas do Centro, da Esquerda e da Direita respeitam os topónimos da sua situação em relação a um inusitado observador que, colocado de frente perante as três, as consiga distinguir segundo os ditos pontos de referência. Elas não enganam ninguém, porque distinguem perfeitamente a sua localização na Quinta da Igreja. Já o mesmo se não pode dizer dos mesmos centros, esquerdas e direitas da Assembleia da República onde, sinceramente, quem se coloque de frente para o areópago já não consegue distinguir qual é um e quais são os outros.

Aos VALDUJENSES, desejo UM FELIZ ANO NOVO, com um grande abraço para todos, Voto que é reforçado para os amigos seguidores deste blogue:  Gonçalo Paulos do Nascimento-  Rui Santana – José Levy Domingos – Luiz Guimarães – Sónia Cristina Aguiar – Ausenda Frias – Filipe Pires .

PRÓSPERO 2012

sábado, 17 de dezembro de 2011

AS ROCHAS DA NOSSA ALDEIA





As rochas da nossa aldeia são monumentos: uns dirão que são toscos, amontoados; outros que são descomunais, iguais a tantos outros. Eu afirmo que são monumentos esculpidos pela Natureza, cada um diferente do outro, inigualáveis em qualquer parte do mundo.

As rochas da nossa aldeia são testemunhos: das gerações passadas, nossos familiares, que as presenciaram e nomearam; um marco do início da Terra, pois estão em Valdujo há milhares de anos, desde que foram esculpidas pelos fenómenos da formação terrestre. Eu afirmo que elas servem de marco geodésico, identificam locais, influenciam topónimos.

As rochas da nossa aldeia permanecem: ninguém as pode levar, ninguém as poderá roubar.

Por isso, para registo, irei deixando por aqui a imagem desses cíclopes monumentais, inertes mas fortes, superiores à vontade das políticas e dos políticos, no rol da herança que nos transmitiram os avoengos e que havemos de transmitir aos nossos descendentes, se uma ou outra não vier a transformar-se, por qualquer razão humana, numa pedreira esventrada ou na abertura rasgada de mais uma estrada de tantas faixas à cata de portagens.

De cima para baixo: Vale; Ladeiras, Laje do Concelho; Frade.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

OS SINOS DE VALDUJO

                                                  Os dois sinos antes do recente restauro

                                                        Os dois sinos após o restauro
A propósito dos sinos da igreja de Valdujo, cabe-me transcrever o que sobre eles escrevi e publiquei no livro “VALDUJO-Três Povoados, Um Povo”:
Estava a rematar a pesquisa de campo para esta obra, quando foram recolocados os dois sinos na torre, após um trabalho de restauro e “embelezamento”. E, ao vê-los de novo no seu sítio, lembrou-me aquele poema de Fernando Pessoa:
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

Um deles, o mais pequeno, tem gravada a data de 1958 e, o maior, a de 1890. Ambos foram fabricados na fundição de Trancoso, fundada em 1851 (com a encomenda do sino da igreja de S. Pedro) por António Rodrigues, e continuada por Manuel Rodrigues Fernandes, sobrinho do fundador, pois foi este último a fundir o sino da matriz de Valdujo. O sino mais pequeno, de 1958, foi forjado por João Rodrigues Fernandes, filho do Manuel Rodrigues, pois a fundição extinguiu-se em 1964.
O sino de 1890 ostenta os nomes de Jesus -  Maria – José, a Sagrada Família.
Querendo obter mais dados sobre o sino mais pequeno, consultei o filho do último fundidor, Sr. Germano Santiago Fernandes, que gentilmente me facultou o livro de registo. O sino foi encomendado em 31 de Maio de 1958, pelo então pároco José Mesquita de Almeida. O sino pesa 94,5 kg, constando no registo que se abateu o velho sino (provavelmente do mesmo ano do maior - 1890) que pesava 104 kg. Também consta que na mesma altura se consertou o badalo.
A propósito dos sinos e dos seus toques, era costume traduzir-se a simbologia dos sons através das onomatopeias fonéticas, consoante fossem sinos grandes, pequenos ou sinetas. Neste caso, os de Valdujo tinham a sonoridade mais forte, como não podia deixar de ser, ridicularizando os de outros lugares, como Esporões e A dos Ferreiros. Isto significa que os valdujenses tinham orgulho nos sinos da sua igreja.
Com voz efeminada, iniciava o de Esporões: “ Tem lêndeas! Tem lêndeas! Tem lêndeas!”.
Respondia-lhe o sino mais fino de Valdujo, com voz de cana rachada: “Tira-lhas! Tira-lhas! Tira-lhas!”.
Soltava o de A dos Ferreiros, voz abafada e rouca: “C’um quê? C’um quê? C’um quê?”.
Rematava o mais grosso de Valdujo no seu vozeirão: “C’um badalão grande! C’um badalão grande! C’um badalão grande!” 

Para finalizar, não esqueço o da capela da Senhora do Desterro, solitário na sua única ventana, que me dizem precisar de restauro.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MEMÓRIAS EM PEDRA



Antiga casa na Vila Sousa. Repare-se como foram aproveitadas as paredes formadas por dois colossos.
Casa isolada nas Ladeiras. Apesar de isolada, encontra-se em paisagem deslumbrante, perto de um curso de água límpido.

Conjunto de palhais na Teixogueira. Prova da vivência comunitária da aldeia, estes palhais encontram-se junto da eira.

(Nota: para os menos experientes, como eu, aconselho a clicar duas vezes em cada imagem para as verem ampliadas, uma vez que têm boa resolução).


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PATRIMÓNIO - CRAVELHOS E CRAVELHAS

Embora os enciclopedistas dêem as mesmas definições para cravelho e cravelha, em Valdujo distinguem-se os dois pelo formato e pela funcionalidade, pois um abre e fecha por fora e o outro abre e fecha por ambos os lados da porta.
Na imagem distingue-se o cravelho (em cima, na fotografia de baixo) e a cravelha (em baixo, também na fotografia de baixo); no meio, uma argola de ferro para puxar a porta.
A fotografia em pormenor  respeita à porta de cima e situa-se numa casa da Quinta da Igreja.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

QUOTIDIANOS QUE NÃO SE DEVIAM PERDER

Refiro eu no livro VALDUJO-TRÊS POVOADOS, UM POVO a existência de três fornos públicos distribuídos pelas Quinta da Igreja, Quinta do Curral e Quinta do Cabeço. No entanto, havia mais fornos, estes particulares, onde se cozia o saboroso e inimitável pão caseiro.

As imagens que hoje aqui coloco - que não foram levadas à citada publicação - consideram-se imagens do presente (apenas têm quatro meses), mas reproduzem o que de bom se produzia nesta terra num passado recente.

A propósito, quero aqui lembrar os responsáveis autárquicos para o estado em que se encontra o telhado do forno da Quinta do Curral. Muito pão ali cozeu, muitos dos valdujenses se serviram desse espaço público, onde também se confraternizava, e que é símbolo do espírito comunitário puro. Haja quem o queira manter, não só como símbolo do passado, mas como um dos monumentos desta terra.

Podem crer que, neste blogue, terei oportunidade de voltar ao assunto.

O pão "finto", pronto a entrar




Aquecimento do forno




O pão no escuro da cozedura




O pãozinho pronto a comer

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

HERÓI DA GUERRA





Conforme escrevi no livro “VALDUJO-TRÊS POVOADOS, UM POVO” , Manuel de Aguiar foi um dos soldados combatentes na I Guerra Mundial, em França. Foi condecorado, promovido e o seu nome inscrito no Livro de Ouro do Exército.
Hoje exibo a primeira página do seu Boletim Individual, como participante do Corpo Expedicionário Português.
Recordo que basta “clicar” duas vezes em cada imagem, para esta proporcionar um formato maior, mais legível.
A outra gravura que ilustra este texto apresenta militares portugueses nesse conflito. Nela – aviso já – não se encontra a fotografia deste Manuel de Aguiar, o nosso herói, que tinha a alcunha de “latas”, por exercer a profissão de latoeiro; esta gravura foi extraída da revista “Ilustração Portuguesa”, que se publicou na época.
No entanto, caso alguém possua a fotografia de Manuel de Aguiar, agradeço que a disponibilize para se colocar neste espaço.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

QUOTIDIANOS

Pouco fumo, início de fogueira

Já há mais fumo (para defumar)

QUOTIDIANOS

O Sr. José Maria Aguiar com a sua burra, preparando-se

para mais um dia de trabalho

(para ver a imagem do tamanho do ecrã do monitor, basta clicar duas vezes na mesma)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

LANÇAMENTO DO LIVRO






Decorreu o lançamento do livro "Valdujo- Três Povoados, Um Povo" no dia 7 de Agosto passado, conforme foi divulgado localmente e neste blogue, na sede da Junta de Freguesia de Valdujo.

Pode-se afirmar que o povo de Valdujo aderiu à iniciativa e mostrou interesse na aquisição da obra, a qual, pode-se também dizer, reproduz para o futuro a história e os costumes desta grande freguesia.

A Junta de Freguesia de Valdujo disponibilizou o espaço e proporcionou um lanche, logo após as palavras de apresentação do Sr. Presidente da Junta e do autor da obra, a que se seguiu a sessão de autógrafos.

A obra foi (e continua a ser) vendida ao preço de 10 Euros o exemplar; este preço aplica-se apenas em Valdujo, uma vez que, fora da freguesia, se encontra à venda na Livraria Quiosque da Avenida por 12,50 Euros o exemplar, dado incluir-se neste caso a percentagem do revendedor.

Conforme também foi prometido - embora mais tarde do que supostamente devia ter sido feito - foi colocada nova fotografia no cabeçalho deste blogue, desta vez com um pormenor da Quinta da Igreja. Lembramos que o anterior tinha uma imagem da Quinta do Cabeço. Sensivelmente passado algum tempo, caberá a vez à Quinta do Curral; e assim sucessivamente, estas alterações contemplarão os três lugares do conjunto Valdujo.

Sai também daqui a promessa de uma mais assídua contribuição no que respeita às mensagens e às fotografias aqui a inserir. Haja, porém, a manifesta vontade de divulgação deste bloque por todos aqueles que dele tenham conhecimento e que aqui tenham entrado.

Fica o blogue aberto à contribuição de todos os Valdujenses, onde quer que estejam, não só através de eventuais comentários, como também na participação de notícias ou fotografias que queiram divulgar.

Agradeço aos novos Seguidores do blogue - Ausenda Frias e Filipe Pires - congratulando-me com o seu interesse, o que é evidente do amor à terra, que nos cabe referir e enfatizar.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

FESTAS DE SÃO JOÃO

Organizadas pela Associação de Solidariedade e Desenvolvimento de Valdujo, as festas de S. João realizaram-se este ano com um desfile em que não faltaram os arcos enfeitados com balões e onde estiveram representadas a Quinta da Igreja, Quinta do Cabeço, Quinta do Curral e Moitas.
As fogueiras e os defumadouros ocorreram, não sem antes aparecerem as sardinhas e as febras assadas, o pãozinho e o vinho tinto. Depois... Bem, depois, foi o bailarico.
Para aumentarem as fotografias, não se esqueçam de clicar sobre elas, pois têm grande resolução.
Eis algumas imagens.
































segunda-feira, 4 de julho de 2011

VALDUJO Três Povoados-Um Povo

Caros Valdujenses

Foi criado este blogue para anunciar e promover esta freguesia do concelho de Trancoso.
Para começar, serve para anunciar a publicação de um livro, que é uma monografia, da freguesia de Valdujo, cujo título é precisamente "VALDUJO Três Povoados - Um Povo", que constitui um repositório dos valores desta terra, designadamente nos campos histórico, etnográfico, monumental, físico e humano.
Dentro em breve sairá a público (encontra-se na gráfica) e, logo que seja possível, será anunciado o seu preço e a forma de aquisição do mesmo.
O livro é, assim, o arranque desta iniciativa bloguística, que terá continuidade nas mensagens que, periodicamente, serão aqui trazidas, acompanhadas de fotografias da terra e das gentes desta freguesia, quer estas sejam residentes em Valdujo quer sejam de Valdujo e se encontrem espalhadas pelos quatro cantos do Mundo.
Logo que seja possível, sairá a capa neste blogue.
Encabeça esta ligação uma imagem da Quinta do Cabeço; porém, quero dizer que essa mesma imagem será rotativa, e reproduzirá trechos das três quintas - da Igreja, do Curral e do Cabeço, bem como da anexa das Moitas.
Este blogue será aberto a toda a comunidade e, em particular aos Valdujenses, pelo que poderão divulgá-lo de modo a torná-lo mais visto e participativo.
Um abraço.